domingo, outubro 16, 2011

Um Lugar Onde Amanheça

Está patente no Museu D. Diogo de Sousa, Rua dos Bombeiros Voluntários, em Braga, de 1 a 30 de Outubro, a exposição de Fotografia “Um Lugar Onde Amanheça”; exposição de sensibilização de temas como a Cidadania e Igualdade de Género, Violência Doméstica, Tráfico de Seres Humanos.

A entrada é livre, de Terça a Domingo, das 10:00h. às 17:30h..

Deixo-vos assim aqui o convite para aparecerem, e, o nome de todos os artistas, e, de todas as artistas que se aliaram a esta causa:

ANA CALDAS | ANA PASCOAL | BÁRBARA FONTE+ANTÓNIO MACHADO | BEATRIZ ALBUQUERQUE | BENTO DUARTE | BERNARDINO SILVA | DOMINGOS LOUREIRO | FILIPE MOREIRA |FRANKLIN PEREIRA| GUILHERME BRAGA DA CRUZ | HELENA SANTOS | HERNÂNI FERNANDES | HUGO DELGADO | JOANA DE DEUS | JOÃO CATALÃO | JOÃO CONCHA | JOÃO NOUTEL | JORGE VILELA | JOSÉ SOARES | LUÍSA SILVEIRA | MANUELA SÃO SIMÃO | MÁRIO SEQUEIRA | PEDRO MARCOLINO | PEDRO SOARES | SARA MOTA VIANA | SÍLVIA ALVES | SOFIA DE CARVALHO | TEIXEIRA BARBOSA | TERESA GIL | UNA - CÁTIA CARDOSO+CATARINA SOUSA+VERA NARCISO | VÂNIA KOSTA.

Por fim, deixo-vos na companhia do texto que Pilar del Rio escreveu para esta exposição.

Até mais, até lá, fiquem bem…

A Claridade que chega

Santa Teresa escreveu sobre a noite escura da alma, um tempo negro em que não se entendia Deus, quer dizer, o mundo. Creio que a noite escura nos habita, às mulheres, e somos por ela habitada há milénios, desde que o primeiro homem saiu da caverna, se pôs de pé e se sentiu capaz de dominar alguém da sua espécie que era menor em estatura. Desde então todos os códigos de escreveram para satisfazer o instinto primário da dominação e as mulheres, habitadas pela noite escura, acreditaram que era mandamento divino estarem submetidas ao varão e reproduziram literalmente o estigma da inferioridade.

Agora sabemos que não, que nós, mulheres, temos direito a contar-nos a nós mesmas, a dizer eu, a travar quem venha com histórias para que sigamos a ordem que outros estabeleceram. Não há amos, nem reis nem bandeiras que possam proteger o crime da desigualdade. Somos, as mulheres, hegemónicas entre hegemónicos, co-responsáveis pelo governo da casa e do mundo, redactoras de leis e impulsionadoras de tendências. Nenhuma mão pode levantar-se sobre uma mulher, nenhuma condenação é admissível por ela exigir a liberdade que sempre deveria ter sido o nosso património. A noite escura de Santa Teresa pode hoje iluminar-se com a vontade decidida de mulheres dispostas a parir usos e normas, outro mundo que renegue o que fez escravos e mantém escravas.

Podemos iluminar, sim, mas sobretudo podemos abandonar os medos seculares que nos habitam e que nos fazem depender dos costumes. A liberdade custa mas nós, mulheres, temos vindo a subir todas as encostas carregando os filhos e todos os preconceitos. Agora já não temos medo. O pano desceu, estamos no palco, é a nossa hora e temos a palavra. Que se ouça, é de justiça.

Pilar del Rio, 2011,

para a exposição de arte, Um Lugar Onde Amanheça.”

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